Amados,
amadas de Deus
Tenho
Sede!
"Despertem
o mundo! Sejam testemunhos de uma forma diferente de fazer as coisas, de agir,
de viver! É possível viver neste mundo de forma diferente" (Papa
Francisco).
Caríssimos
irmãos, caríssimas irmãs, em Jesus Cristo, nosso Salvador, membros dos
Institutos Seculares e das Sociedades de Vida Apostólica, a nossa Mãe Igreja
faz coincidir o dia da Apresentação de Jesus ao Templo com o dia dedicado aos
senhores e às senhoras.
As
ricas imagens de Simeão, com Jesus nos braços e a da profetisa Ana, que dia e
noite servia a Deus no Templo, nos falam da harmonia que deve haver entre o
antigo e o novo no coração de cada consagrado(a) a Deus, qualquer que seja o
estado de vida. Como não ver nestas imagens a vida e o trabalho de cada um dos
senhores e de cada uma das senhoras, membros dos Institutos Seculares e das
Sociedades de Vida Apostólica, homens e mulheres que, de maneira livre e
espontânea, total e existencial, vivem, mediante os carismas próprios, a
radicalidade do seguimento de Jesus. Toda vocação é boa e bonita. Basta vivê-la
em plenitude.
Jesus
Cristo é apresentado ao mundo como luz e salvação para o povo de Israel que
vivia na expectativa da chegada do Messias de Deus. Como Simeão, devemos, como
consagrados e consagradas, ter sempre em nossos corações o desejo do encontro
com Jesus e de receber dele a plenitude de vida e de sua graça, que somente Ele
pode nos oferecer. Ele é a luz que ilumina nossas vidas e aquece nossos
corações. É Ele a esperança última dos corações humanos que não querem morrer
antes de o encontrar. É Ele o este sinal de contradição para um mundo que prima
.. Ele é a espada que traspassará nossos corações, deixando-os indivisos.
A
vida, a vocação e a missão de quem se consagrada a Deus, a exemplo de Jesus,
deve também ser um farol que ilumina aqueles que vivem na noite do pecado, da
ignorância e do desamor. Ajudar os homens e as mulheres do nosso tempo a se
encontrar com Jesus e ter a alegria de carregá-lo no coração é a missão
primeira de quem se consagra a Deus na doação total.
As
pessoas de vida consagrada, vivida plenamente pelos membros dos Institutos
Seculares e pelas Sociedades de Vida Apostólica, são chamadas a ser reflexo da
bondade, da misericórdia e da compaixão que vem de Deus. Ao refletir a luz de
Cristo na vida cotidiana de silêncio, de escondimento e de inserção no tecido
da vida social, os senhores e as senhoras irradiam o bom odor de Cristo e são
capazes de gritar com vossas vidas o quanto é importante ser sinal do amor
oblativo e criativo de Deus por este mesmo mundo que tem dificuldade de fazer
as contas com o mistério de Deus. Não são poucos hoje aqueles ou aquelas que
vivem suas vidas como se Deus não existisse. A estes devemos com coragem
anunciar a boa nova do Reino.
Devemos
ser, neste mundo, sal, luz e fermento, pois “a Igreja cresce, não por
proselitismo, mas por atração; como Cristo atrai tudo para si, com a força do
seu amor, a Igreja atrai quando vive em comunhão, pois, os discípulos de Jesus
serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou” (DAp 159).
Caros
e caras, o papa Francisco, na Evangelli Gaudium, com uma frase lapidar, define
muito bem o que os senhores e as senhoras são na e para a Igreja: “os religiosos
tem na sua vida consagrada um meio privilegiado de evangelização eficaz. Pelo
mais profundo de seu ser, eles situam-se de fato no dinamismo da Igreja,
sequiosa do Absoluto de Deus e chamada a santidade. É desta santidade que dão
testemunho. Eles encarnam a Igreja desejosa de se entregar ao radicalismo das
bem-aventuranças” (EG, 69).
Hoje
muito se fala da crise pela qual passa a vida consagrada. É preciso, enfim, nos
debruçarmos com atenção sobre esta questão para identificar as razões de tal
situação e as possíveis respostas para amenizar os efeitos danosos de tal
crise. Mais do que uma crise da vida consagrada enquanto tal, o que está em
crise hoje é nossa capacidade de entregar completamente nossa vida a Jesus; o
que está em crise são nossas escolhas, o nosso testemunho, a nossa vivência do
Evangelho. Diante deste estado de coisas, devemos ritmar nossos passos no
caminho de Jesus, descobrindo que Ele nos dá tudo aquilo que nos faz plenamente
felizes. Por Ele, vale a pena deixar tudo e arriscar a vida. Somente Ele pode
saciar nossa sede e nossos desejos de paz e de felicidade que se aninham em
nosso coração.
Por
fim, constatamos com alegria que os Institutos Seculares e as outras formas de
vida apostólica vão, aos poucos, encontrando seus lugares na Igreja e no mundo,
manifestando a força transformadora do Evangelho de Jesus Cristo. É importante
que a vocação e a missão dos senhores e das senhoras sejam cada vez mais
valorizadas, estimuladas, visibilizadas e testemunhadas, a fim de que a Igreja
seja realmente uma comunidade plena de dons e de carismas.
Neste
dia de feliz comemoração dos vossos estados de vida, façamos votos que todas as
comunidades paroquiais ou outras formas de comunidades e diferentes famílias
religiosas, se reúnam para momentos de oração e fervorosa ação de graças. Vivam
este dia que o Senhor fez para os senhores e as senhoras como dia de oração,
reflexão, revisão de vida e confraternização.
Aproximamo-nos
daquele que é Vida Plena e somente nele encontremos nossa alegria e nossa esperança!
Que
o bom Jesus nos carregue em seus braços e ilumine nossas vidas.
Com
minha benção!
Dom
Pedro Brito Guimarães
Arcebispo
Metropolitano de Palmas e
Presidente
da Comissão Episcopal Pastoral para os
Ministérios
Ordenados e a Vida Consagrada
A nossa vocação é o serviço para Cristo, em nosso cotidiano, no mundo, guiados pela Igreja. Vivemos numa dimensão singular entre os filhos desta Igreja: vivemos próximos daqueles que, imersos na escuridão, agem ignorantes dos projetos de Deus. Somos chamados a espalhar as sementes do Reino nestes lugares.
ResponderExcluirPorém precisamos nos abrir, precisamos plenificar a nossa vocação, viver Jesus que, como nós, em muitos momentos de anonimato, viveu para Deus e dele foi sinal. Somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo, testemunhas fiéis do projeto do Reino.